- Você tem noção que essa menina nuuunca vai ficar com você neh?
- Tenho.
- Então porquê diabos você deu Absolut na comanda de Natasha?
- Ah, sei lá, as vezes...
Tsk... o cara arrisca perder o trampo em troca de... nada.
- Meu, você sabe que não pode fazer esse tipo de coisa?
- Sei, é o bagulho da Ética
Bagulho da ética! Ahaha, seria cômico, mas doeu no fígado. Quis perguntar o que ele entendia por aquilo, mas me contive.
-Bom, mas chega tá.
- Anh ham
Mas afinal, o que é ética? Como ela se aplica? O quanto ela é flexível? E o quanto ela é relativa?
Uma vez quis trocar de acumpunturista e não troquei porque achei anti-ético, mesmo sabendo que o outro era melhor. Noutra, peguei o namorado de uma de minhas amigas com uma piriguete conhecida, e fiquei quieta. E assumi para um professor que tinham colocado meu nome em um trabalho.
Em todas essas situações tentei agir de maneira ética... mas até que ponto é ético com nós mesmos se ferrar com um médico pior ou uma reprovação, ou compactuar com a infelicidade de uma amiga querida?E, no extremo oposto, o quanto é ético fugir sem pagar a comanda (ah, mas o dono é milionário!), se apoderar de brindes que "sobraram" da festa (ia pro lixo mesmo...) ou usar a beleza ou o dinheiro em prol de obter benefícios que não estão contemplados no pacote?
...
Não sei. Mesmo.
Só sei que, como no caso do barman, não acho certo dar bom dia com o chapéu dos outros.
Mas quem vai atirar a primeira pedra?